Estava eu visitando a página da JBC voltada especialmente aos leitores de sua linha de quadrinhos japoneses (http://henshin.uol.com.br/, visitada em 22 de dezembro de 2007) quando vejo o anúncio de um concurso para a escolha de novos talentos.
Nossa, me impressionou tal anúncio, ainda mais ao lado da propaganda de uma das publicações na editora – de um guia sobre como desenhar no estilo mangá. Pensei em minha inocência, “puxa, finalmente uma atitude séria de uma editora nacional, que legal...! Um ato de coerência editorial, finalmente...afinal, já houve uma tentativa frustrada de lançar o gibi dos Combo Rangers, pelo menos desta vez a JBC está acertadamente promovendo uma seleção democrática de material, estimulando e valorizando nosso produto em potencial.”. Mas isso só durou até verificar do que se tratava:
O anúncio tratava-se de um concurso da Norma editorial, da Espanha. Agora parem para analisar: qual o sentido da manutenção do site de uma editora? Para dar notícias bobas, sem sentido, sobre um Japão distante e inalcançável? Por que a editora JBC lança um manual de “Como desenhar mangá” (dois, na verdade, pertencentes a uma série enorme, que nos EUA passam dos 40 volumes) se não pretende aproveitar um retorno de seus leitores para criar novos autores em nosso país? Quais são os critérios de publicação da editora JBC? O que fez Fábio Yabu para publicar lá?
Isso sem falar na maior burrada editorial da Panini do Brasil, a qual nem me lembrava mais: Combo Rangers, de Fábio Yabu! Tratando-se de um clone dos inúmeros, lixosos, e eternamente recicláveis tokusatsus (como são conhecidos os seriados para crianças do tipo “Power Rangers”), MAS COM MUITAS PALMINHAS DE ALGUNS DESACEREBRADOS DA INTERNET, e mesmo matéria no “Jornal Hoje” da Rede Globo, Yabu conquistou lá seu espacinho na JBC, sabe-se lá como. Depois de 9 edições, o título foi cancelado no meio da história (traduzindo: vendas baixas). Nosso anti-herói dos quadrinhos no Brasil resolveu bater em qual porta? Panini do Brasil! Que sem uma consulta às distribuidoras de revistas para verificar o retorno de vendas do projeto do autor em quesão, resolveu investir em mais 3 ou 4 exemplares da história horrorosa. E amargou prejuízo!
É visível que a tanto JBC quanto Panini não se importam com seus leitores, não os ouvem, e decidem por NÓS, que pagamos os salários DELES.
Agora, me dêem licença que vou lá fora gritar de raiva.