domingo, 30 de dezembro de 2007

Pau na JBC!

A pedidos dos meus leitores (ou seja, ninguém), resolvi apontar meu dedo a um podre que incomoda na editora JBC. A princípio o objetivo deste blog é relatar os problemas de comunicação entre leitores e editores da Panini do Brasil, mas não poderia ignorar tamanho descaso com o leitor e, principalmente, com o potencial autor de quadrinhos nacionais.

Estava eu visitando a página da JBC voltada especialmente aos leitores de sua linha de quadrinhos japoneses (http://henshin.uol.com.br/, visitada em 22 de dezembro de 2007) quando vejo o anúncio de um concurso para a escolha de novos talentos.




Nossa, me impressionou tal anúncio, ainda mais ao lado da propaganda de uma das publicações na editora – de um guia sobre como desenhar no estilo mangá. Pensei em minha inocência, “puxa, finalmente uma atitude séria de uma editora nacional, que legal...! Um ato de coerência editorial, finalmente...afinal, já houve uma tentativa frustrada de lançar o gibi dos Combo Rangers, pelo menos desta vez a JBC está acertadamente promovendo uma seleção democrática de material, estimulando e valorizando nosso produto em potencial.”. Mas isso só durou até verificar do que se tratava:





O anúncio tratava-se de um concurso da Norma editorial, da Espanha. Agora parem para analisar: qual o sentido da manutenção do site de uma editora? Para dar notícias bobas, sem sentido, sobre um Japão distante e inalcançável? Por que a editora JBC lança um manual de “Como desenhar mangá” (dois, na verdade, pertencentes a uma série enorme, que nos EUA passam dos 40 volumes) se não pretende aproveitar um retorno de seus leitores para criar novos autores em nosso país? Quais são os critérios de publicação da editora JBC? O que fez Fábio Yabu para publicar lá?




Isso sem falar na maior burrada editorial da Panini do Brasil, a qual nem me lembrava mais: Combo Rangers, de Fábio Yabu! Tratando-se de um clone dos inúmeros, lixosos, e eternamente recicláveis tokusatsus (como são conhecidos os seriados para crianças do tipo “Power Rangers”), MAS COM MUITAS PALMINHAS DE ALGUNS DESACEREBRADOS DA INTERNET, e mesmo matéria no “Jornal Hoje” da Rede Globo, Yabu conquistou lá seu espacinho na JBC, sabe-se lá como. Depois de 9 edições, o título foi cancelado no meio da história (traduzindo: vendas baixas). Nosso anti-herói dos quadrinhos no Brasil resolveu bater em qual porta? Panini do Brasil! Que sem uma consulta às distribuidoras de revistas para verificar o retorno de vendas do projeto do autor em quesão, resolveu investir em mais 3 ou 4 exemplares da história horrorosa. E amargou prejuízo!

É visível que a tanto JBC quanto Panini não se importam com seus leitores, não os ouvem, e decidem por NÓS, que pagamos os salários DELES.

Agora, me dêem licença que vou lá fora gritar de raiva.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ferindo a ética


Tomo a liberdade de reproduzir aqui as considerações de meu caro BK a respeito de um texto presente na edição mais recente do Samurai Executor:

Uma coisa que me chamou a atenção neste último "Samurai Executor" foi uma imensa, senão a maior cagada da Elza.
Uma cagada ética.
Ela citou o budismo Soto-Zenshu e a escola Mahayana como referências para seu texto explicativo e, portanto, usou como base as duas correntes budistas como "explicação definitiva" para o texto citado no mangá.

Não cabe a uma editora optar por essa ou aquela corrente religiosa. Porque acaba virando PROSELITISMO religioso que indica a preferência da editora por tais escolas, descartando todas as demais.

É a mesma coisa que a gente citar um texto bíblico e atribuir sua "origem" como sendo do Catolicismo ou Adventismo.
Não.
Texto bíblico vem da bíblia, texto budista vem do budismo, não importando se esta ou aquela escola religiosa faz uso dela.

É OBRIGAÇÃO do editor ser indireto nesse sentido porque senão ele acaba fazendo propaganda religiosa e, pior, mostra que só esta ou aquela versão religiosa é a certa.
Quando não é nada disso.

Tivesse a Elza, e o Helcio de Carvalho que a empregou, um MÍNIMO de discernimento e profissionalismo, JAMAIS apresentariam a escola Mahayana ou a Soto-Zenshu como representativas definitivas do Budismo.

Mesmo porque, dentro do contexto da história, o personagem se faz usar de uma versão laica e personalista de textos budistas, sem que estes estejam obrigatoriamente atrelados a qualquer escola.
O personagem fez uma revisão pessoal do Budismo e, na profunda ignorância dos editores, deixaram uma moça completamente desaparelhada propagar escolas religiosas que não tem NADA a ver com a história...

Mas no entanto, uma pessoa da equipe (suspeito ser a tradutora) segue um desses movimentos!
Sacou?

Fosse a Elza competente, letrada, profissional mesmo, ela citaria o Budismo INDU (sic - correto é HINDU) como BASE para a filosofia do personagem e não sairia por aí catando xavecos de seus colegas.

Essa é a Elza. Uma incompetente completa que nunca deveria estar cuidando de quadrinhos.
Ela não tem capacidade para isso.
E nem a editora, por sinal.

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Quando você assume o cuidado de uma revista de grande alcance, como é o caso das publicações da Panini, qualquer editor minimamente responsável adota atitudes éticas que visem levar adiante não apenas diversão mas preceitos e idéias pros leitores pensarem a respeito.
Tá certo que 99,999999% das revistas não fazem isso, ainda mais agora com os editores escalando gente "dócil" prá editorar as paradas.

Contudo, este missivista sempre acreditou que ALGUMA postura ética, no que tange à qualidade da Idéia que levamos ao leitor, deve ser cultivada de alguma forma.

Sei que aos olhos dos néscios de plantão parece que cometi incontáveis deslizes. E bem sei de meus pecados (tenho espelho em casa, muito obrigado).
Porém, em momento algum, em nenhuma publicação em que editei, eu NUNCA deixei de levar uma idéia ou proposta que fomentasse a discussão, o debate e mesmo a polêmica junto ao leitor.

Quem me lia na Japan Fury e na Animax, ou mesmo nos meus blogs, podcasts ou mesmo aqui no MBB, sabe que detrás da minha cortina de baderna SEMPRE existe uma coisinha ou outra nesse sentido.

O que acontece é que religião é um caso complicado.
Porque você, como editor, vai estar passando adiante uma perigosa: a de que, no caso da Elza, o Budismo se limita a duas escolas. E que estas estão servindo de base para o personagem se inspire a fazer isso ou aquilo.

Na minha modesta ótica, isso é ser anti-ético e desinformado: anti-ético porque não se pode limitar, mesmo que numa breve citação, duas escolas budistas especificamente. Isso significa descartar todas as demais, inclusive a que, eventualmente, foi usada na HQ.

E é desinformação pois, dentro do contexto histórico ou local da HQ, não se apresenta nenhuma escola budista como sendo a preferida pelo personagem.

Portanto, se fôssemos seguir a Lógica, não se deveria apontar esta ou aquela vertente budista como a "base" (atenção para as aspas) explicativa que se tentou impor ao leitor.
Fosse a Elza responsável, o que nunca será, certamente ela omitiria as escolas budistas citadas pois ela as usou apenas porque fulaninho do lado dela disse que era verdade.

Se ela fosse uma editora de verdade, não optaria nem por uma e nem por outra, atendo-se ao dogma de maneira genérica e não definitiva como ficou consignado.

E, modestíssima a parte, eu tenho experiência editorial o bastante prá saber as diferenças.


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E só para fechar o tópico de hoje, já é dia 14 de dezembro, nenhuma publicação da Panini e nem a parte principal do site da empresa veicula o 'recall' de Trigun.

Fonte do texto: Fórum Multiverso Bate Boca: http://www.mbbforum.com/mbb/viewtopic.php?t=11528&postdays=0&postorder=asc&start=275

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Recall? Cadê você? Alô Panini!

Molecadinha,

Por acaso já clicaram ali nos links na página da Panini do Brasil? Não? Pois bem. Olhem agora:



Observaram bem? Tem notícias de algumas das revistas que foram lançadas recentemente, incluindo os mangás, um link para o site puxa-saco e lambe botas "Omelete"...mas nada do recall de Trigun a princípio. Engraçado que tem até uma janela pop-up falando das novidade enviadas por e-mail...tudo muito quieto e legal para um problema da gravidade em questão, não concordam?




Fuxicando muito o site, cliquei na aba "notícias", à esquerda do site e sem indícios de atualização recente ali. E só lá tem as instruções para fazer o recall. Quer dizer que o leitor comum tem que adivinhar que o recall está sendo feito? Pois numa primeira olhada no site não há qualquer indicação de que haja uma providência da empresa perante o ocorrido. Mais divertido de ver na bagunça corporativa que observo é que há uma preocupação de avisar, num esquema mambembe, boca a boca, em fóruns de fãs de quadrinhos e em um site de relacionamento, o orkut.

Percebem que a ação da empresa é de esconder os próprios erros? Os avisos dados parecem seguir a filosofia do "para não dizer que não abordei o assunto". E o leitor fica na mão.



Ah, e antes que eu me esqueça: o texto desse recall está tão mal escrito que confunde os leitores!

"3.1. O leitor deverá retirar as capas de seus exemplares (identificados com os códigos de barras ISBN 857351367-5 – 1 e ISBN 857351367-5 – 2) e enviá-las – SOMENTE AS CAPAS – juntas e no mesmo envelope para a Panini, em CARTA REGISTRADA PELOS CORREIOS. A remessa será paga pela Panini."

Espera lá: que remessa é essa a ser paga pela Panini? A da carta registrada que o leitor desembolsou para mandar as capas do Trigun? Ou a do gibi a ser enviado prá casa do leitor? Sim, pois a presença na mesma linha das expressões "CARTA REGISTRADA PELOS CORREIOS" e "A remessa será paga pela Panini." Dá a entender que o leitor receberá o gibi, com correio pago, e ainda receberá o valor que gastou para enviar as capas. Só quero ver...


Fonte das imagens: http://www.paninicomics.com.br/Home.jsp
Visitado em 10 de dezembro de 2007

sábado, 8 de dezembro de 2007

Otaku, a praga!

Opa rapaziada! Beleza?

Estava aqui andando por umas comunidades no orkut, uns fóruns de discussão em quadrinhos, e puxei o papo com uma molecadinha a respeito do 'recall' (pff...! Faz-me rir!) promovido nas coxas pela editora Panini. Meu, eu vi cada coisa, cada comportamento infantil...como o ser humano consegue ser podre em dados momentos! Me chamou atenção um espécime em particular:


Leram as partes circuladas em vermelho? Tem gente que defende a empresa, confunindo-a com a editora da linha editorial em questão, a dona Elza Pacheco...mas a troco de quê? Vontade de aparecer? De ser amiguinha de uma menina que nem conhece pessoalmente, mas aparece no orkut distribuindo graçolas nos perfis dos otakus?

E o que mais me impressiona: a otaka em questão nem lê o gibi do Trigun! Mas é tão bitolada, coitada, que ainda quer espalhar a notícia do recall feito em apenas 2 semanas em todos os fóruns da internet. Ok, direito dela. Mas caramba, e os leitores que não acessam internet? E os que tem e não frequentam o nicho otaku, os fóruns? Será que otaku, aquele que vai no fórum e evento de quadrinhos compra, de fato, uma revista de mangá que ele já deve ter lido há alguns anos em scanlation?

Fonte da imagem: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=8418389&tid=2570259709412507688&na=4&nst=52&nid=8418389-2570259709412507688-2570605252429384187

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Tome vergonha na cara, Panini!


Para quem não sabe do caso, o título de mangá Trigun iniciou a publicação no formato 'meio volume' de aproximadamente 196 páginas cada. Isso há alguns meses. Por algum motivo espatafúrdio, a coleção foi reiniciada em formato volume inteiro (umas 400 páginas ao todo), sem maiores explicações aos leitores. Cagada, que ficou maior ainda: quando os volumes partidos ao meio foram lançados, ficou faltando 30 páginas de história.

Meu Deus! Como fica o leitor? Ele teria que gastar mais R$ 9 - 12 reais por uma história que ele já leu para ver 30 páginas inéditas e aí sim entender o resto do mangá?

Foram meses de reclamações, petição online por parte dos leitores e nenhuma postura por parte da editora. Até ontem. Acompanhe:


Fonte: Forum Multiverso Bate Boca, acessado em 06 de dezembro de 2007
tópico: http://www.mbbforum.com/mbb/viewtopic.php?t=13582

Citando o tópico consultado:


"Os dois primeiros volumes de Trigun foram relançados em um único volume devido a exigências do licenciante. Em respeito aos seus consumidores, a Panini está disponibilizando o recall dessas duas edições, que será realizado da seguinte forma:

1. Do prazo:
Serão atendidas todas as cartas postadas até o dia 21/12/2007.


2. Dos produtos a serem trocados:

2.1. O recall se refere unicamente às edições Trigun #1 (ISBN 857351367-5 – 1) e Trigun #2 (ISBN 857351367-5 – 2), contendo 196 páginas cada.

2.2. A edição Trigun #1 COMPLETA, que substituirá os antigos volumes 1 e 2, contém 370 páginas e apresenta o código de barras ISBN 857351367-5 – 3.


3. Do procedimento:
3.1. O leitor deverá retirar as capas de seus exemplares (identificados com os códigos de barras ISBN 857351367-5 – 1 e ISBN 857351367-5 – 2) e enviá-las – SOMENTE AS CAPAS – juntas e no mesmo envelope para a Panini, em CARTA REGISTRADA PELOS CORREIOS. A remessa será paga pela Panini.

3.2. A carta deverá estar identificada com as palavras RECALL TRIGUN para facilitar a triagem.

3.3. O endereço para envio é:
RECALL TRIGUN
PANINI BRASIL LTDA
CAIXA POSTAL 210
TAMBORÉ – BARUERI – SP
CEP: 06455-972

3.4. A Panini enviará a edição 1 COMPLETA (ISBN 857351367-5 – 3) em um prazo de 15 a 60 dias a partir do recebimento das CAPAS (e somente capas) das edições identificadas com os códigos de barras ISBN 857351367-5 – 1 e ISBN 857351367-5 – 2.

3.5. A troca não poderá ser feita na sede da Panini.

3.6. Após 3 (três) tentativas de entrega não sucedidas, a revista retornará a Panini, podendo ser retirada pelo cliente em endereço informado pelo atendimento da editora (e-mail: atendimento.cliente@panini.com.br / Fone: (11) 3021-6607) em até 180 dias após a confirmação do pedido.

Panini Brasil Ltda"

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Corninhos de meu coração, vocês viram o mesmo que eu? Um tópico é lançado em um fórum de discussão de OTAKUS (uma parcela de consumidores) no dia 05 de dezembro, oferecendo um recall cujo prazo máximo é dia 21 de dezembro do mesmo ano. Vamos fazer interpretação de texto?

Propõe-se o recolhimento de duas publcações com problemas de editoração, sendo que cada uma das mesmas permaneceu durante 30 dias nas bancas, num prazo ínfimo e cujo comunicado é feito quase que no boca-a-boca.

E quem comprou o gibi e não tem internet, como vai descobrir a existência deste recall?

Francamente...que postura é essa da casa editorial? Se uma FORD fabrica uma determinada série de carros com problemas nos freios (isso já aconteceu, lembra-se?) faz-se um comunicado veiculado na televisão (tipo horário do Jornal Nacional), o prazo para recolhimento dos veículos é de MESES (3, 4) e ainda assim pede-se desculpas aos consumidores pelo equívoco, pretendendo assim zelar pelo nome da empresa.

O básico seria a Panini editar em todas as publicações da linha Planet Manga um pedido de desculpas pelo incoveniente e dar as indicações para o recolhimento dos exemplares. E não ocorre nada disso! Por que será?

Vejam a falta de seriedade da casa editorial. Pensem nisso.